Cada vez é mais claro que a democracia não serve para nada. E se o país for pobre e o sistema corrupto, ainda serve para menos.
A democracia, enquanto forma de organização política em que o povo, mesmo indiretamente, tem o poder de organizar a sociedade, tomando em mãos o seu destino coletivo, chegou ao fim.
Para que servem as eleições, se os eleitos não têm a mínima possibilidade de aplicar o que prometem nos programas e nas campanhas eleitorais? Esta é a primeira hipocrisia da democracia: eles sabem que não podem cumprir, mas prometem! Ou porque nunca pretenderam cumprir ou porque são tolos e ainda acreditam que o podem fazer. Por isso, não deveriam merecer a nossa confiança.
Hoje, as decisões que condicionam a nossa vida não são sequer tomadas pelos políticos, eleitos ou não eleitos, mas sim pelo seu dono: o capitalismo financeiro internacional, cujo poder é tão grande que com um estalar de dedos pode fazer desaparecer um país do mapa. Por mais antigo e orgulhoso, por mais trabalhador ou empreendedor que seja o seu povo. Nada disso importa.
Os desígnios destes novos “deuses” não são, porém tão insondáveis como os dos antigos: se um povo pode ser explorado, mantêm-no vivo; se não pode, matam-no!
E nada disto tem nada a ver com democracia, votos ou interesses coletivos.
Durante décadas, ardilosamente, montaram a armadilha, contando com as fraquezas humanas dos governantes: a ganância, a inveja, a ostentação; a ilusão do poder. Estes, ofuscados, deixaram-se seduzir e, com mentiras fantasiosas e anestesiantes, arrastaram o povo para a caverna do vampiro.
Portugal é o exemplo claro da sua estratégia. Estamos agora na fase em que, já imobilizados, nos sugam o sangue até que, exangues, lhes morramos nos braços.
O sistema está pensado, e é aplicado, de tal forma que leva as vítimas a acreditar que sem os algozes não sobreviveriam. Os seus mandatários no país, eleitos pelo povo, fazem aqui um trabalho fundamental de convencimento sustentado na sua legitimidade “democrática”. São os acólitos de uma religião desumana, à qual prestaram juramento. As migalhas que recebem em troca fazem-nos pensar que estão acima dos restantes. Como os guardas recrutados pelos nazis entre os prisioneiros dos campos de concentração por uma tigela de sopa, em nome da sua sobrevivência, tornam-se mais cruéis que os seus carrascos.
O logro começa com o endividamento excessivo assente numa confiança absoluta no sistema. Depois as taxas de juros das dívidas soberanas aumentam descontroladas. De seguida, os seus agentes aplicam sadicamente a “necessária” austeridade. Poupar para pagar as dívidas. E os juros. Juros de juros de juros. Com taxas criminosamente agióticas.
É mais que evidente que as medidas que nos são impostas eliminam o emprego e o poder de compra, o investimento e as empresas, vão destruir a economia e, se não o impedirmos, destruirão o próprio país. Estão a fazê-lo na Grécia. Fá-lo-ão aqui, se os deixarmos.
Estas medidas constituem verdadeiros atos de pilhagem e algumas delas podem ser, literalmente, mortais.
Os governos, este e os anteriores, não passam de uma corja de palhaços tristes, subservientes e perversos, cujo único objetivo é agradar ao dono na vã esperança de lhes fazerem uma festa na cabeça.
Temos o dever – impelidos pela dignidade humana – de afrontar este governo, este sistema, este regime, por todos os meios, os já conhecidos ou os que a imaginação ainda nos permitir inventar.
Os governos, este e os anteriores, não passam de uma corja de palhaços tristes, subservientes e perversos, cujo único objetivo é agradar ao dono na vã esperança de lhes fazerem uma festa na cabeça.
Temos o dever – impelidos pela dignidade humana – de afrontar este governo, este sistema, este regime, por todos os meios, os já conhecidos ou os que a imaginação ainda nos permitir inventar.
O governo faz-nos a vida num inferno, infernizemos a vida do governo.
Acabemos com eles antes que acabem connosco.