O ministro Gaspar disse claramente, há umas semanas, que Portugal voltaria aos mercados em Setembro de 2013. Parece que para Portugal isso é bom. Os portugueses, porém, gostariam de poder voltar ao mercado – ao municipal, ao mini, ao super ou ao híper -, ainda esta semana ou o mais tardar até ao fim do mês, se o ordenado chegasse para alguma coisa.
O chefe dele, depois disso, já considerou que poderia não ser mesmo assim, mas que logo se veria. O futuro a Deus pertence. E vamos continuar a reduzir o défice, a diminuir a despesa a aumentar o desemprego, a destruir a segurança a social e o serviço nacional de saúde, a flexibilizar os despedimentos, a dar sopa aos pobres, a extorquir impostos, a aumentar a eletricidade, a água, o gás, os transportes e a gasolina. Tudo como a troika mandou. E depois, se os mercados acharem bem, vamos pedir-lhes mais dinheiro, que pagaremos com os juros que eles quiserem.
É isto, para eles, a felicidade.
Agora vem o FMI, logo o FMI, a estragar tanta felicidade. Afinal Portugal precisa de mais 16 mil milhões a somar aos 78 mil milhões acordados com as troika e não deve poder voltar aos mercados em Setembro de 2013. É triste! O triste Gaspar ainda vai ficar mais triste. E vai ter de dar o dito por não dito. Mais um mal-entendido. Como o do corte dos 13.º e 14.º meses.
Até a Madame Lagarde reconhece agora que a receita aplicada foi demasiado violenta e a economia assim não funciona. Isto é um sinal. Quando a chefe do FMI, instituição ao serviço do imoral capitalismo financeiro, também acha que assim o Gaspar e o chefe dele estão a matar a economia, estamos conversados.
Aguardemos, então, bovinamente, que os mercados venham até nós. Nos abatam, nos desmanchem, nos esquartejam … e nos consumam. Em bifes de 150 gramas.
Sem comentários:
Enviar um comentário