Portugal, mais tarde ou mais cedo, vai sair do euro. E não vai sair sozinho. Nem será o primeiro a sair. A menos que saiam alguns ao mesmo tempo. E nesse caso, sairá no primeiro grupo. Ou então sai no grupo em que todos saírem, quando o sonho se esvair. Mas lá que sai, sai.
O Roubini diz que sim. E foi ele que adivinhou a crise financeira de 2008. Os outros não adivinharam nada. Por isso este merece mais crédito. E já há tipos, aparentemente professores universitários da matéria, que dão conselhos acerca do que devemos ter em casa para o caso de o euro acabar. É mais ou menos o mesmo que recomendam para os terramotos. Incluindo as garrafas de água e as lanternas que se carregam à manivela. Por isso não tenho dúvidas, o euro vai acabar. E vai acabar mal.
Mas antes disso vamos continuar a ser esmifrados pelo governo - obediente aluno e cumpridor acéfalo das diretivas dos seus professores que andam às ordens do louco capitalismo financeiro – em nome do corte da despesa, da contenção, do equilíbrio orçamental, dos mercados e da troika.
Todos já sabem que a receita não resulta. Aniquila a economia e, sem economia, não se produz riqueza. Sem produção de riqueza não entram impostos nas Finanças nem descontos na Segurança Social.
Mas o governo quer é agradar aos seus amos. Aparentemente, desconhecem que quando os amos decidirem que não servem, descartam-se deles e mandam-nos para Paris, estudar.
Entretanto, o povo definha. Agora são os 14 meses dos funcionários públicos reduzidos a 12. Já meteram os pés pelas mãos, mas a verdade vem ao de cima. E, tal como se calculava, vão fazer tudo para nunca mais os pagarem. Claro, os privados não cabem em si de contentamento. Quem os obrigará a pagar se o Estado não o faz? Na televisão atropelam-se os adeptos desta tese tecendo loas às vantagens de receber 12 meses em vez de 14. Para as empresas, claro. E tentam convencer-nos de que para os trabalhadores também. Porque gastam os subsídios em bens supérfluos, importados, e isso é mau para o orçamento e para o país.
Sair do euro, ainda vá. Acabar o euro, já estamos à espera. Mas nunca mais recebermos a dobrar em julho e em novembro? É excessivo.
O Algarve não merece. E o Pai Natal também não!
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