A natalidade em Portugal é das mais baixas do mundo. O país envelhece, tristemente. Mas este fenómeno não é só nosso. O mundo ocidental degenera-se, embolorece, apodrece.
O crescimento económico é proporcionalmente inverso ao rejuvenescimento da população. A este fenómeno poderia chamar-se o Paradoxo da natalidade autodestrutiva.
O desenvolvimento, criado pelo ser humano, contribui canibaliza o fator que o sustenta.
Não é compreensível, pelo menos à primeira abordagem, que, nas sociedades em que o nível de vida atingiu o ponto mais alto desde que existe vida na Terra, as mulheres tenham cada vez menos filhos.
Porém, este parece ser o preço a pagar pela vida aparentemente cómoda que estas sociedades atingiram: a sua autodestruição.
As sociedades, ditas desenvolvidas, exigem tanto dos seus súbditos, que estes perderam irremediavelmente a capacidade para atuarem de acordo com as regras e os apelos da natureza. Da sua própria natureza: a natureza humana.
Organizaram-se em comunidades políticas, económicas e sociais que lhes restringem as mais óbvias liberdades individuais, como seja a der ter os filhos que querem quando quiserem. Este deveria ser o primeiro dos direitos humanos. Sem seres humanos não há Humanidade.
Hoje, apenas nas sociedades menos “desenvolvidas” o podem fazer.
Mas aí logo se deparam com ostros problemas. Não se trata de saber se têm tempo para eles, se têm dinheiro para lhes dar uma boa educação, bens de consumo iguais aos dos colegas, ou férias na praia ou na neve. Mas, mais prosaicamente: se têm comida para que possam sobreviver.
É assim este paradoxo. Quanto mais comida, menos filhos; quanto menos comida mais filhos.
E isto um dia vai ter resultados muito radicais no futuro dos países que, incrivelmente, deixaram de ter filhos. Felizmente os outros continuam a ter filhos. Muitos filhos, demasiados filhos. Com fome. Muita fome.
Resta-lhes, aos que têm fome, procurar o seu alimento onde ele existe. Na terra dos que muito desperdiçam. Mas que não têm filhos.
A seu tempo, tudo se resolverá. O desenvolvimento será menos desenvolvimento e haverá mais natalidade. As necessidades individuais serão menores. Dar-se-á mais valor às pessoas e os famintos comerão.
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